outubro 15, 2008


O meu presente.

Busquei nas melhores lojas,
refiz meu baú.
O motivo?
Especial:
você.

Você que sorriu com os olhos
me fez reviver.
Vivendo,
você
– muitas vezes sem saber –
quis dizer.

Disse com o cuidado de um anjo
que eu poderia voar.
Fez-me rever.

Revendo,
construí novos sonhos,
voltei a entender que esperança
é algo que existe,
basta querer.

Querendo, decidi vasculhar minhas lembranças.
Como poderia agradecer?
Você, que mostra que a mulher nasce para ser grande,
que ganha forças,
torna-se uma gigante,
naturalmente com o dom de receber.

Generosa, sincera, eloqüente.

Qualidades típicas de uma mãe,
virtudes de uma princesa,
provas que o ser humano,
bom,
ainda pode ser humano.

Quer conhecer?

Leal, criativa, doce.
Com você,
dá gosto aprender...

Que vale a pena estender as mãos,
que filhos vêm do coração,
que inteligência é transformar
frases de efeito
em feitos de redenção.

Ganhei tempo para pensar.

Como escrever tudo o que sinto para você?
Talvez, me arriscando.
Sem rimas, pleonasmos,
hipérboles ou prosopopéias.

Nessa estrofe deixo de aspirar poesia,
ser poeta,
quero virar campeão,
felizardo por lhe conhecer.

Mesmo sendo difícil,
dessa vez,
escolhi ser criança.
Por quê?
Por você.

Ouvindo tudo isso com sinceridade,
brincando,
emocionando,
rindo a valer.

Essa dedicatória fica para sempre,
para você.
Nossa história é escrita hoje,
virará novas páginas,
ganhará traduções.

Em português, espanhol ou francês.
O capítulo premiado ganhou fôrma,
forma de bolo de aniversário,
com direito à parabéns para você.

Tudo para lhe dizer que nossa amizade
ganha a chama da vida,
a primeira velinha,
a vontade de renascer.

Com s de Danusa,
Com z na amizade,
com lágrimas no rosto.


E,
antes que eu me esqueça,
seja feliz.

Imensamente,
esse é um desejo,
é o meu presente,
feito especialmente para você.


Phelipe Cerdeira
15/10/2008


Crédito: Foto e aniversário de Danusa Araújo.

outubro 09, 2008


Uma visita

Ontem, logo pela manhã, ganhei uma visita. Ela não foi anunciada: anunciou. Prenunciou um dia que nascia com o sol, se esquentava pelo calor, pelo carinho das palavras. Palavras que nasceram em olhares. Fortalecidos pelo tempo, pela experiência do ser, do não ser, do quem sabe. Se visitasse Freud, talvez entendesse o porquê de tal encantamento. Mas se o ser humano é feito de uma natureza tão complexa, afinal, por que eu deveria entender?! Estamos falando de uma visita. Então, visite. Pedindo licença, ela entrou na sala dos meus pensamentos e parou diante de um grande espelho. Côncavo, convexo, cristalino. Visitas são capazes de enxergar na nossa casa detalhes, pedacinhos de nós mesmos que escolhemos para adereçar a penteadeira de nossa personalidade. O olhar também tira o pó, nos faz relembrar, debruçados em um porta-retratos da infância. Lembranças. Devaneios. Sonhos concebidos numa lua azul, próxima ao planeta habitado por um pequeno príncipe.
Emocionei-me. Chorei por segundos. Voltei ao tempo e pensei o quanto era grato ganhar aquela visita. Quista. Musicada. Revista. O som daquela descrição fora capaz de fazer nascer um fabuloso mundo. Lembrei de Amélie. Uma francesa que conheci há algum tempo, inquieta, entorpecida pela idéia de fazer da sua vida a realização do próximo. A lição? Não deixar o coração escorrer pelas mãos. E foi isso que essa minha visita me disse. Cuidadosa, zelosa, eloqüente. Entre um e outro cafezinho, fui lendo e ouvindo o que ela tinha a me dizer. Era tanto. É tanto para aprender.
Depositei outra colher de açúcar na xícara e mexi. Tinha a necessidade de prolongar aquela conversa por mais alguns segundos, adoçar minha imaginação com a possibilidade de que o amanhã pudesse receber outras visitas. Visitei. Procurei nos dois hemisférios de meu cérebro imagens, circunstâncias, experiências para retribuir tal presente. Com o lado esquerdo do peito, senti o pulsar de novos sonhos. Haicais. Poesias que nasciam em prosa e verso. Rimadas. Parnasianas. Modernas. Futurísticas. Estruturadas com a mais sincera e pueril sensação de quem pudesse ler. Escrever. Rever cada frase como se estivesse em um momento de descontração, em meio a um chá das cinco.
A visita tem o direito de tomar o primeiro gole. O convite é meu, feito para você. Você, a visita. Quem é capaz de visitar e trazer – de volta – a palpitação de um sorriso, merece ouvir o toque de uma nova campainha. Por isso, às seis da tarde, me espere. Acompanhado por um botão de rosa e por um cartão, chegarei. Deixarei no closet de minha casa todos os meus medos. Apagados, encaixotados, errados. Tudo o que é mais certo aconteceu ontem, com a sua vida. Voltei a pensar em mim ouvindo você. Dei um novo passo para entender o que vale a pena querer. Porque essa visita é uma visita leve, consciente, diferente. Capaz de fazer pensar em tantas outras visitas. Participações de velhos amigos como Marcos, Luis, Fernando, Ariela. Apresentações de companheiros novos, mestres. Adoráveis pessoas como Malu, Patri, Danusa. Nosso encontro é assinado com um lápis e um papel em branco. Reticências para uma história que recomeça em um apertar de mãos.
Então, combinamos assim. Você me visita, eu lhe visito. Nós visitamos um mundo que é feito em festa, com um pedacinho de bolo, apetite, gosto pela comunhão.

Espero a sua visita amanhã.



Phelipe Cerdeira
09/10/2008

setembro 29, 2008

"Conversa"



Portifólio - Phelipe Cerdeira

setembro 04, 2008

"Idéia"

setembro 02, 2008

Recado das ondas

Ontem me senti perdido.
Os olhos só serviam para olhar.
Longe,
no horizonte,
as ondas quebravam.

Não podia ouvir.

De repente,
acompanhado por gaivotas,
tive esperança.

Sua letra na areia.
Meu coração se derramava
em sons
que vêm
e vão.

O recado cintilava
com o brilho das espumas,
com a força do mar.

O cheiro da brisa
me faz lembrar:
sou seu.

Sou seu.


Phelipe Cerdeira

julho 21, 2008

Para ti, amigo.

Para los piratas,
puede que sea como un tesoro.
¡Mirá allá,
es capaz de brillar!

Para las estrellas,
suele como un día nuevo.
Otro astro para anunciar.

Para los padres,
empieza con un brazo,
un puerto para descansar.

Una palavra,
un sustantivo.
¿Un sinónimo?
Amar.

Para payasos, actores
o cirurjanos.

Para empleados, dueños
y niños.

Para españoles, portugueses,
hasta chinos.

Una misma razón
para se quedaren juntos.
¿Cuál?
Hablar.

Para mi, que escribo.
Para que sepas la verdad.

Gracias por enseñarme.
Gracias por oírme.
Gracias por creer.
Gracias por pelear.

Si no te hubiera conocido,
hoy, no podría decirte lo que es la amistad.

Para ti, amigo.

Phelipe Cerdeira.

abril 14, 2008

"Vista essa alegria"